RECOMEÇO

Hoje voltei a sorrir, voltei a sonhar...
E isso é fantástico, surreal...
E é tão bom me libertar de toda a amargura, 
Daquele alguém que não sou eu,
Mas que por algum tempo me aprisionou.
É bom olhar para frente e ver as coisas belas...
É bom sentir as asas da liberdade dos sonhos,
Livres para voar em busca de novos desafios, de novos horizontes...
Sinto o início de uma nova fase.
E a quem atribuir a responsabilidade de tal mudança?
Pode ser apenas o tempo... Mas eu duvido...
Talvez ele tenha sua parcela de culpa...
Mas há sempre algo mais...
Há sempre um sorriso, uma voz, um olhar...
Um gesto meigo, um jeito encantador...
Mas o que isso representa?
Será esse o amor que tanto procuro?
Ainda é cedo, e isso sim, só o tempo pode dizer...
Mas o que realmente importa,
É saber que meu coração ainda vive, vibra e pulsa...
E ainda é capaz de amar...
E saber que toda aquela mágoa, 
Não mais impera, e a alegria retoma seu lugar.
Hoje, posso novamente repousar em meu travesseiro,
E deixar minha mente vagar sem rumo e sem direção...
Mas sempre atraída pelo mesmo alvo, pela mesma imagem, por uma certa voz...
Hoje, posso voltar a ser eu... Bardo, poeta, sonhador...
E isso, já devo a ti...
Mas seu nome, ainda é mistério...
Mas posso chamar-te, 
Recomeço...

Doce Veneno

Algum dia você já sentiu...
Que esteve ao lado de alguém não valeu a pena?
Que você tudo fez por alguém que não merecia?
Que amou alguém que nunca amou ninguém além de si mesmo?
Que dedicou sua vida a alguém que sequer se importa se você está vivo ou morto?
Se sua resposta é sim... Parabéns, você é capaz de me entender...
Caso não... Parabéns de verdade, sem ironias ou lamentações...
Você vive ao lado de pessoas que realmente entendem o sentido do amor,
Que sabem não ser simplesmente egoístas, amantes de si mesmo,
Que usam as pessoas como objeto de satisfação e carências emocionais...
Pessoas sem caráter e sem coração, sanguessugas de almas e energia vital...
Devoradoras de sonhos, geradoras de angústia e depressão...
Enganadoras... sedutoras de corações solitários...
Escondidas atrás das máscaras da perfeição...
Tornam-se a armadilha irresistível,
O predador perfeito, sedento de vida alheia,
Escondidos por faces gentis de bela donzela...
Sempre a procura da próxima vítima...
O próximo alvo a ser dilacerado...
Assim me destruíram... Mas me reergui, com a força de amigos irmãos,
Que de verdade entendem o sentido da lealdade e do amor ao próximo...
Mas ainda hoje vejo outros indo pelo mesmo caminho,
E nada posso fazer...
Pois o doce veneno já foi lançado,
E quanto a este não há antídoto,
E as marcas de fato, nunca se curam...
E depois, só resta...
Seguir em frente...

Saudades

Sinto saudades...
De olhar alguém nos olhos, e sentir que posso passar um dia a fazer exclusivamente isso.
De me perder em um sorriso que de tão doce, 
Possa fazer tudo  valer a pena.
Saudades de sonhar acordado, e ainda assim viver cada instante com medo de acordar...
De deitar a noite e ver sempre o mesmo rosto a me encantar.
Saudade de ser aquele poeta, que de nada sabe,
Mas de tudo faz para que aquele olhar se ilumine, para que aquele sorriso não se apague.
Saudade de esquecer as horas em uma simples conversa,
De chamar quase todas as pessoas pelo mesmo nome,
E ver sempre a mesma pessoa nos diferentes lugares, ainda que não esteja lá...
Saudade das coisas simples de valor incalculável,
Dos gestos simples que se eternizam,
Da perfeição que supera defeitos,
Do abraço que te protege do mundo,
Do toque que cura qualquer ferida,
Da voz que supera a harmonia de qualquer canção...
Saudade de você, menina dos meus sonhos,
Sem nome, e sem rosto,
Que nem sequer sei se é real,
Mas que sei, que virá ao meu encontro,
Assim que vencer a dor de minha maior saudade...
A saudade de amar...


Te espero...