quarta-feira, 23 de março de 2011

O poeta e a Lua

Conta-se que um solitário poeta
Sonhador por natureza
Caminhando a noite encantou-se
Por um alvo de rara beleza.
Foi atração irrestível,
Aos olhos sedentos de amar
Mas existe paixão mais difícil,
Do que amar a luz do luar?
E como entender algo tão misterioso e complexo?
A Lua,que tanta beleza irradia,
E que por brilhar na escuridão se manifesta,
É também fonte inesgotável,
De enigmas indecifráveis,
Para a mente de um simples poeta.
Mas para um sonhador, parece não haver limites,
E o impossível é simplesmente, a falta de tentativas.
E ele tentou...
Tentou decifrar a Lua, e sua mente tornou-se insana,
Pois a Lua não foi feita para ser entendida,
E sim ouvida e aceita em meio ao silêncio.
Tentou alcançá-la, estar junto a ela,
Mas descobriu que um poeta não é um astronauta.
Tentou então enviar mensagens que a trouxessem a Terra, junto ao Lago,
Mas percebeu que o céu não é nada sem seu brilho.
E enfim percebeu...
Que certas coisas são, de fato, impossíveis,
Ainda que de tudo se tente,
Pois simplesmente, não são para acontecer.
E aceitou, mas não se entristeceu...
Pois a Lua lhe trouxe vitórias, lhe trouxe esperanças,
Um universo inteiro de sonhos que não morrem...
E isto ficará para sempre marcado.
Pois a Lua ainda é, e sempre será a mesma...
E por mais que não se aproxime, ainda estará lá.
Linda e reluzente, onde sempre deve estar.
E ainda poderá ser admirada todas as noites,
Exceto, é claro, nas noites como as de hoje,
Noites que não tem Luar.

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