terça-feira, 29 de março de 2011

Peregrino

Anseio em busca de um objeto perdido, de grande valor...
Artefato essencial para o reencontro com meu lar,
Que me leve ao lugar de onde, não sei como nem porque,
Fui impiedosamente arrancado..
Não sei se ele é produto de magia,
Ou uma tecnolgia ainda desconhecida,
Mas o fato é que ele é capaz de vencer um dos elementos,
Que o ser humano sempre será incapaz de controlar...
Ele subjuga o Tempo.
Como o fazes, não sei...
Sua aparência tão pouco...
E a única prova de sua existência, 
É aquele que vos escreve...
Pois de fato sei, não pertenço a este lugar,
Não sou dessa época.
Pois vejo um mundo louco, acelerado,
Que tudo valoriza, a não ser o que de fato importa.
Corre-se tanto para obter as coisas,
E não se para pra ouvir o singelo som do silêncio.
Não há mais tempo e nem alma para os sentimentos sinceros,
Não existe a espera ansiosa pelo amor verdadeiro,
Não vejo os cavalheiros que de tudo fazem
Para obter o nobre sorriso de sua delicada donzela.
Falta a poesia, os contos e canções,
Que retratam em palavras e versos,
Alma e coração, permanentemente interligados,
E que retratam a pureza,
Que só pode ser traduzida em um olhar profundo e sincero.
E que faz das coisas simples,
As mais belas, pois a vida ganha total sentido
Pelo simples fato de sua existência.
Sinto falta dos sonhos,
Do mundo em que realidade e fantasia se confundem
E coexistam, sem restrições.
Sei que este lugar existe, pois dele sinto falta.
E nesta terra, sou peregrino,
Em busca do lugar que é meu.
E nesta caminhada, encontro outros tantos como eu,
Igualmente perdidos em um mundo onde somos estranhos,
Incompatíveis,
Vagando sem rumo,espalhando alguns versos,
A procura do caminho que nos pertence.
E se algum dentre voz, que ouve meu cantar,
Souber do caminho que leva a este lugar real,
Me mostre, e lá também será bem vindo.
Encontrar-me é fácil,
Siga minhas palavras,
Soltas ao vento em busca da liberdade perdida,
Anseando pelo momento de poder sentir-se em casa...

Um comentário:

  1. As palavras ligam e desligam, só depende do ser e dos seus olhos. Tenho para mim que esse lugar ao qual você descreveu com deveras sagacidade, esconde-se por entre palavras, e ao mesmo tempo as palavras escondem-se por entre ele.
    E no meio tempo da procura há quem permaneça "vagando sem rumo, espalhando alguns versos"
    Porque isso ainda há de levar a algum lugar se não esse onde o caos dança sob o silêncio dos bons. Onde essa dança se faz convidativa para os males, e onde tudo isso se renova a cada sinfonia reinventada.
    Suas palavras soaram melodicamente em meus ouvidos. Música da alma...

    Obrigada pela presença em meu blog, voltarei mais vezes aqui também.

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